terça-feira, 29 de julho de 2008

A Dor é Pontual



No meu sonho

havia uma escolha
havia um banco de jardim
havia prometido
a insónias mais severas
que me decidia por mim

Fui imprudente
previsível jeito inocente
de me julgar potente
capaz de fabricar sentidos
por mim movidos
muito expedita a perturbar
a superfície da lagoa
não sabia que
a ponta afiada magoa
magoa mais
aquando da paralisia total
tão brutal
que nada mais é real

Não tinha feridas certamente
se me entreguei completamente
não me recordo
não sei onde está
aquilo que deixei cair
mas não foi por o ter perdido
que resolvi fugir

Hoje o meu sonho é mais breve
borbulha, inflama e desaparece
tenho recados para fazer
trabalhar para crescer
pretendo lançar-me a cumpri-los
meia grama para cinquenta kilos
casou o valor e a liquidez
Agora... Era uma vez

Sem comentários: