domingo, 1 de março de 2009

Menos barulho por favor

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Preciso de uns minutos para
me vestir e lavar os dentes
calçar as botas para ir à rua
onde a faina continua
e levo uma camisa tua
para me lembrar
que a vida é fácil
fácil no corpo leve
sempre em guerra
sempre em greve
está mais brando agora frente
a um copo de água e sais
saio mas não demoro
é só passar nos jornais
e viro a esquina para o Morais
logo à noite fico em casa
que ontem bebi demais
pois se bebi e daí?
perguntem à garrafa
“Senhor agente não é abuso
eu consenti!”
e foi quase amor
não fosse sonhar com água pura
porque a distância perdura
no tempo que exala e se expande
eu quero ser uma coruja
quando for grande
quando eu for gente
um continente
sem ilhas de nevoeiro
leva o copo direito
para chegar inteiro
e se puder ir a pé
não levo o carro
no café fico-me por uma bica
uma imperial
e um cigarro

2 comentários:

Vidal disse...

Mary, é sempre bom passar por este cantinho, gostei deste poema quase musical.Pelo que me chegou aos ouvidos foi abuso sim senhor, ainda que a garrafa consinta... Mas um viva ao abuso, que isto sem exageros n tem piada nenhuma.

Mto prazer me deu ler o sr.Playboy tb... lol

Continuarei a chapinhar por aqui, agora que estou d regresso á blogosfera.

Beijo pá.

Anónimo disse...

Muito perspicaz tony, estava de facto a apontar para algo musical, +melódico. lol poisé... abusei feio, curti feio e rapidamente tb morri feio. Felizmente havia mãos amigas para amparar o meu degredo.

:) Fico feliz por estares de volta

Outro pá!