quinta-feira, 31 de julho de 2008

terça-feira, 29 de julho de 2008

A Dor é Pontual



No meu sonho

havia uma escolha
havia um banco de jardim
havia prometido
a insónias mais severas
que me decidia por mim

Fui imprudente
previsível jeito inocente
de me julgar potente
capaz de fabricar sentidos
por mim movidos
muito expedita a perturbar
a superfície da lagoa
não sabia que
a ponta afiada magoa
magoa mais
aquando da paralisia total
tão brutal
que nada mais é real

Não tinha feridas certamente
se me entreguei completamente
não me recordo
não sei onde está
aquilo que deixei cair
mas não foi por o ter perdido
que resolvi fugir

Hoje o meu sonho é mais breve
borbulha, inflama e desaparece
tenho recados para fazer
trabalhar para crescer
pretendo lançar-me a cumpri-los
meia grama para cinquenta kilos
casou o valor e a liquidez
Agora... Era uma vez

terça-feira, 1 de julho de 2008

Frente da Luta


Ele é um homem elevado
mais acordado

O que eu queria mesmo era
apanhá-lo desprevenido
e tomá-lo como amigo
roubá-lo, levá-lo comigo
e mostrar-lhe que não é assim
que sempre será defendido
se depender de mim

Vou recordar ao meu amigo
que aquilo que se sente
foi agravado pela mente
para ser única verdade presente
mas houve um tempo em que
contámos os anos pela mão
naquela altura o projecto
vinha depois da construção

E se ele não quiser falar
eu espero por perto a seu lado
teremos a companhia um do outro
cada um com o seu ruído privado