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Escuta cá uma coisa e dá-me a tua opinião
era bom ter uma voz que não me desse razão
Compreende e consente que eu
estimo a tua troça benevolente
dá-me mais desse porto
dava-me jeito o conforto
preciso por um pé em terra
enquanto o mar está revolto
enquanto o mar está zangado
não faz caso de mim
e custa saber
que na verdade é assim
Na verdade estou atenta mas só percebo metade
na verdade é cedo demais para tanta verdade
na realidade não havia necessidade
nem é minha vontade
eu que tenho
milhas
para
nadar
antes
de
dormir
terça-feira, 1 de setembro de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
um dia escrevi
e esqueci o que disse
voltei-lhe as costas
e continuei a andar.
fingi que não vi
e esperei que se cumprisse
perdi-me em voltas
e cansei-me de desejar.
finalmente desisti
e olhei como se não visse
vi páginas soltas
e um branco agudo que me fez cegar.
hoje não escrevo
não espero, não ando
converto-me ao silêncio
que quase nunca se lembra de me magoar.
e esqueci o que disse
voltei-lhe as costas
e continuei a andar.
fingi que não vi
e esperei que se cumprisse
perdi-me em voltas
e cansei-me de desejar.
finalmente desisti
e olhei como se não visse
vi páginas soltas
e um branco agudo que me fez cegar.
hoje não escrevo
não espero, não ando
converto-me ao silêncio
que quase nunca se lembra de me magoar.
domingo, 1 de março de 2009
Menos barulho por favor
.
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Preciso de uns minutos para
me vestir e lavar os dentes
calçar as botas para ir à rua
onde a faina continua
e levo uma camisa tua
para me lembrar
que a vida é fácil
fácil no corpo leve
sempre em guerra
sempre em greve
está mais brando agora frente
a um copo de água e sais
saio mas não demoro
é só passar nos jornais
e viro a esquina para o Morais
logo à noite fico em casa
que ontem bebi demais
pois se bebi e daí?
perguntem à garrafa
“Senhor agente não é abuso
eu consenti!”
e foi quase amor
não fosse sonhar com água pura
porque a distância perdura
no tempo que exala e se expande
eu quero ser uma coruja
quando for grande
quando eu for gente
um continente
sem ilhas de nevoeiro
leva o copo direito
para chegar inteiro
e se puder ir a pé
não levo o carro
no café fico-me por uma bica
uma imperial
e um cigarro
.
Preciso de uns minutos para
me vestir e lavar os dentes
calçar as botas para ir à rua
onde a faina continua
e levo uma camisa tua
para me lembrar
que a vida é fácil
fácil no corpo leve
sempre em guerra
sempre em greve
está mais brando agora frente
a um copo de água e sais
saio mas não demoro
é só passar nos jornais
e viro a esquina para o Morais
logo à noite fico em casa
que ontem bebi demais
pois se bebi e daí?
perguntem à garrafa
“Senhor agente não é abuso
eu consenti!”
e foi quase amor
não fosse sonhar com água pura
porque a distância perdura
no tempo que exala e se expande
eu quero ser uma coruja
quando for grande
quando eu for gente
um continente
sem ilhas de nevoeiro
leva o copo direito
para chegar inteiro
e se puder ir a pé
não levo o carro
no café fico-me por uma bica
uma imperial
e um cigarro
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Exercício das 6 palavras (x3)
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Consentiu reluntante e assinou o nome
.
Já não há gente nesta casa
.
Comeram, beberam e venderam as crianças
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Consentiu reluntante e assinou o nome
.
Já não há gente nesta casa
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Comeram, beberam e venderam as crianças
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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Sr. Playboy
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O senhor playboy já foi menino
e aprendeu de pequenino
que os cartuchos
são para queimar
Então?
que mais senão
subir ao escorrega
para aterrar no chão
ser sempre o vilão
o primeiro a soltar a mão deliciado
de tão drogado no prazer da descida
o senhor playboy tem uma agenda escondida
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O senhor playboy já foi menino
e aprendeu de pequenino
que os cartuchos
são para queimar
Então?
que mais senão
subir ao escorrega
para aterrar no chão
ser sempre o vilão
o primeiro a soltar a mão deliciado
de tão drogado no prazer da descida
o senhor playboy tem uma agenda escondida
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