
Só tu
sem adornos
de encontro à calçada molhada
testemunha delatora das tuas investidas
numa manhã mais real que as outras
Só tu
com o cabelo em desalinho
em tons de violeta distinção
numa cidade-ruína
de onde desertaram
todos os protagonistas
Só tu desta vez
sem o apoio da pertença
a anestesiar os teus sentidos
sem o fumo e o licor
dos recantos da noite anterior
surge forma de apreciar melhor
o propósito-acidental de tudo isto
tudo quanto existe ser visto
tal qual como é
E quando por fim inevitável
o tremor da multidão habitual
perturbar teu tempo
segues blindado
em pensamento...
Antes de mais nada,
este mundo também é Teu.
1 comentário:
Muito bem Joel, fizeste-o outra vez. É sempre bom visitar este cantinho, com a certeza de que se sai mais cheio do que quando se entrou... cheio de qualquer coisa que não se explica mas que se sente. Quente, intímo, crú... é esta a minha infrutífera tentativa para defInir o indefinido. Beijo
Vidal
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